A história da Estátua da Liberdade que está em Nova York e que todos conhecemos, é recheada de fatos curiosos e pouco conhecidos.
Normalmente fala-se apenas da estátua que está em Nova York, da sua construção em França, do transporte para os Estados Unidos da América do Norte e pouco mais, mas a origem dessa representação da Liberdade tem raízes muito interessantes e bem mais profundas.
A imagem da mulher como simbolo de luta libertária é comum em muitas sociedades.
Ao longo da história a mulher sempre assume papel determinante nas grandes lutas e conquistas da humanidade.
Podemos observar representações e descrições de mulheres como inspiradoras de grandes lutas desde a antiguidade.
A mulher como imagem inspiradora de grandes conquistas, promotora da defesa do lar e da família, representa a resiliência, determinação e coragem.
A mulher como guardiã de sabedoria é também referida desde a antiguidade clássica.
A Deusa Sofia dos gregos personifica na figura feminina a sabedoria, a inteligencia e o amor à sabedoria chamado de filosofia.
No Cristianismo a Deusa Sofia dos gregos assume a forma de Santa Sofia.
Santa Sofia é tão importante para os cristãos do ocidente, que a primeira grande basílica da cristandade foi criada em sua reverencia. A Basílica de Santa Sofia ou Hagia Sophia em Istambul, que ainda hoje impressiona pela sua magnitude e beleza, foi construída no ano de 537.
Outra raiz interessante da estátua da liberdade é a que se pode reconhecer com a influencia da Revolução Francesa.
Na Revolução Francesa as mulheres assumiram um papel muito importante, sendo por essa razão muitas vezes apresentadas como símbolo da liberdade.
Nas imagens da época, como esta que disponibilizamos na nossa loja, podemos observar os cidadãos destruindo as estátuas de reis, como neste caso do Rei Luís XIV, onde é frequente serem mostradas mulheres que sobem no pedestal celebrando a liberdade.
Como se sabe, foram as mulheres de Paris que marcharam para Versalhes e deram inicio à Revolução Francesa, sendo por isso natural que onde antes estavam as imagens de monarcas, começassem a aparecer imagens de mulheres simbolizando os valores da revolução.
É nesse contexto que, como podemos ver nesta rara imagem da época, tudo o que está relacionado com a realeza é queimado e substituído por estatuas de mulheres celebrando a Liberdade.
A mais famosa de todas essas estátuas foi a que substituiu a do rei na praça de Concórdia em Paris, que foi muito reproduzida devido ao seu simbolismo politico.
Vários artistas da época criaram imagens mostrando a nova estátua da Liberdade.
Algumas dessa imagens são bem interessantes porque nos permitem observar pormenores da sociedade na época, como esta que está disponível na loja.
Este foi o ambiente que viveram os pais e avós de Auguste Bartholdi o escultor que criou a Estátua da Liberdade que está em Nova York. Assim é fácil entender que ele tenha sido influenciado por essas ideias e que tenha refletido nas suas propostas esse espirito da Revolução Francesa de 1789.
Contudo antes da versão que hoje conhecemos houve uma outra ideia e outra versão que foi a primeira Estátua da Liberdade.
Após as campanhas de Napoleão no Norte de África os franceses ganharam uma enorme curiosidade pelo Egipto, e a cidade do Cairo era destino de sonho, para artistas e aventureiros.
É então que a França decide construir o famoso canal do Suez, que iria reduzir para metade a distancia a percorrer pelos navios que faziam o transporte de mercadorias entre o Oriente e a Europa.
É neste interessante momento histórico que Bartholdi, então jovem escultor, viaja para o Egipto onde fica impressionado pela magnitude e beleza das esculturas dos templos egípcios.
Após essa viagem Bartholdi imaginou uma estátua colossal para ser construída na entrada do canal do Suez, enaltecendo a maior realização da engenharia da época.
A oportunidade de propor a sua ideia surgiu em 1867, quando em Paris aconteceu a grande Exposição Universal da Arte e Indústria e o Vice Rei do Egipto Ishma'il Pasha estava visitando a exposição.
Bartholdi encontrou-se com o Vice Rei e acompanhado da pintura que aqui disponibilizamos, propôs construir esse colosso na entrada do Canal do Suez que então estava terminando a sua construção.
Bartholdi propôs a construção de uma estátua com 30 metros de altura, sobre um pedestal num conjunto de aproximadamente 50 m de altura.
A estátua receberia o nome de LIBERDADE, teria a forma de uma camponesa egípcia, segurando uma tocha no alto.
Simbolicamente significando os esforços do vice-rei para modernizar o Egipto.
Seria também um farol tendo uma ligação ao mundo antigo relacionado com o farol de Alexandria e o Colosso de Rodes.
Infelizmente a obra do Canal do Suez enfrentava dificuldades financeiras e o projeto apesar de muito apreciado foi rejeitado por falta de fundos, mas a ideia de fazer uma estátua à Liberdade não se extinguiu na cabeça de Bartholdi.
À medida que os europeus iam descobrindo novas terras iam também desenhando novos mapas das terras descobertas.
Nesses mapas frequentemente os 4 continentes então conhecidos eram representados por mulheres, Europa. Ásia, África e América, nos mapas que disponibilizamos no site podemos observar alguns exemplos dessas imagens (clique aqui para ver os mapas)
Com a independência dos Estados da América do Norte e a formação da federação, os norte americanos queriam criar uma imagem que representasse a nova nação e foi então que, associando o mais valioso conceito que deu origem à independência, nasceu a imagem de uma mulher forte, lutadora e determinada representando a Liberdade.
Assim surgiram muitas imagens representando a Liberdade associada à bandeira da federação dos Estados Unidos da América do Norte.
Esta raríssima pintura que aqui disponibilizamos é uma das mais interessantes dessa época, que tem a particularidade de representar uma mulher com características indígenas, e diversas naus que associam as viagens de e para a Europa.
Auguste Bartholdi tinha presente em seu espirito todas estas influencias no momento em que criou a Estátua da Liberdade que hoje conhecemos.
Estas representações da América associadas à ideia de Liberdade foram com toda a certeza influencia no momento da concepção da obra.
É então que Bartholdi pensa em criar uma estátua para os Estados Unidos Da América e começa a promover a sua ideia.
Em 1871 viajou para os Estados Unidos para promover o seu projeto da Estátua da Liberdade.
Para melhor fazer valer as virtudes do seu projeto, Bartholdi desenhou e pintou uma interessante perspectiva da implantação da estátua numa ilha perto da cidade de Nova York. ( na loja disponibilizamos a reprodução desse primeiro desenho pode ver clicando aqui )
Curiosamente neste projeto a estátua apresenta grandes semelhanças à imagem da estatua proposta para o Canal do Suez, com um pedestal muito idêntico e uma posição quase igual.
Na mão esquerda segurava uma corrente quebrada, que mais tarde seria substituída pela placa que hoje podemos observar.
Depois de ter viajado pelos Estados Unidos promovendo o seu projeto e recolhendo fundos para a construção da colossal estátua, Bartholdi criou então a escultura modelo em gesso, que serviu de base à escultura final.
Nesta fotografia da escultura original datada de 1878, podemos observar que possui já todas as alterações e ajustes ao projeto inicial, tendo sido a partir desta criação que então se fabricou a estátua que hoje está em Nova York.
Na versão definitiva da Estátua da Liberdade podemos observar que foi concebida com esse espirito influenciado pela história clássica e resignificado da Revolução Francesa, sendo também reconhecida a referencia e homenagem aos maçons que construíram a federação Norte Americana, na tocha erguida com a mão direita, no livro na mão esquerda, e na coroa de sete pontas na cabeça.
Sendo também uma forma de declarar um agradecimento aos maçons norte americanos pelo apoio que deram aos Iluministas na revolução Francesa.
É então que se dá inicio à construção da Estátua, num galpão em Paris às margens do Sena.
Nesta fotografia em alta definição da época, que disponibilizamos na loja, podemos observar o ambiente e vários aspetos interessantes da construção da estátua.
Nesta outra rara fotografia podemos observar Bartholdi mostrando como foi feita a construção da mão esquerda, para alguém que, pelo modo como se veste, podemos saber que é pessoa importante para o projeto.
Felizmente na época a fotografia que ainda era uma técnica jovem, já permitia fixar para a eternidade vários momentos da construção da estátua, o que nos permite observar aspetos curiosos desses momentos.
A magnitude da obra, criava nos artistas e engenheiros da época imensa curiosidade, atraindo ao galpão muitos deles, curiosidade que contagiava muitos cidadãos ansiosos por ver algo tão inusitado. Teve mesmo pintores que retrataram o local em suas telas como podemos observar nesta pintura, que também disponibilizamos na loja.
Da construção à instalação em Nova York, a história da Estátua da Liberdade é recheada de pormenores interessantes, um dos mais significativos foi a montagem final da totalidade da estátua nos terrenos do galpão de construção junto ao sena, antes do envio para os USA.
O fato foi tão extraordinário que o local foi destino de autentica peregrinação dos parisienses.
Mais uma vez fotógrafos e pintores registraram o momento e, a goianArte, tem o orgulho de disponibilizar as mais significativas imagens para os seus seguidores e clientes, como esta fotografia de 1884 rubricada pelo próprio Bartholdi, e esta pintura do mesmo evento.
Desde a ideia inicial, todas as vicissitudes, até aos dias de hoje, a história da estátua da Liberdade cruza-se com a história da humanidade. Viajar pela história da estátua é viajar por eventos fantásticos como revoluções, guerras, emigrações em massa, momentos de dor e de glória a que a estátua está ligada.
Provavelmente um dos momentos mais emocionantes, tenha sido aquela época em que milhares de europeus, fugindo da miséria na Europa, avistaram pela primeira vez a imagem da terra prometida, simbolizada pela silhueta da estátua no horizonte.
Vivemos de novo tempos conturbados, a liberdade está sendo colocada à prova e, atualmente, faz ainda mais sentido reerguer o espirito que fez da Estátua da Liberdade esse monumento que é muito mais que apenas um colosso na entrada de um porto. Essa é uma das razões que nos move a divulgar e disponibilizar para decoração, imagens que podem contribuir para criar ambientes que remetem para essa epopeia humana de constante luta pela Liberdade.
Decorar um espaço com imagens da Estátua da Liberdade é muito mais que encher uma parede com uma qualquer imagem, é mostrar que tem valores que são inegociáveis e o da Liberdade é o primeiro deles.
É também homenagear todos os que pereceram na luta pela conquista desse superior valor da humanidade, personificados sob a forma de estátua por um homem que lutou para nos deixar esse simbolo único da nossa civilização.
Na loja pode ver muitas mais imagens que nos permitem observar momentos e eventos fantásticos desta maravilhosa obra, que são interessantíssimas para decorar um espaço, seja privado, empresarial, ou publico. Clicando aqui pode ver as imagens que estão disponíveis.
Aulão